quarta-feira, 6 de maio de 2009

Notícias: PTQUAKE09 in JN

Simulacro com vários atrasos no primeiro dia

Exercício de risco sísmico arrancou com contratempos considerados "vantajosos" pela Protecção Civil

00h30m

FÁTIMA MARIANO*

Distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém são palco do primeiro exercício internacional de sismo realizado em Portugal.

Há cerca de quatro horas que três bombeiros, que fingem ser vítimas de um sismo, aguardam pelo socorro, mas este não há meio de chegar. Ou melhor, chegou antes do previsto e, por isso, o simulacro, em Póvoa de Santa Iria, foi interrompido.

Durante as últimas 48 horas, os distritos de Lisboa, Setúbal e Santarém foram palco do primeiro exercício internacional de sismo realizado em Portugal, com a intervenção de equipas de protecção civil das regiões autónomas da Madeira e Açores, Espanha, França e Grécia, mas nem tudo tem estado a correr bem.

Dada a dificuldade em encontrar civis suficientes para que vestissem a pele das vítimas do sismo, houve necessidade de recorrer a bombeiros, por exemplo, no bairro dos Pescadores, na Póvoa de Santa Iria, concelho de Vila Franca de Xira, onde a equipa do JN esteve toda a tarde a acompanhar o exercício internacional.

Pelas 15 horas, foi dado início às operações de busca e salvamento das vítimas, algumas das quais estavam soterradas. "Fomos retirados dos escombros, levaram-nos para as ambulâncias, mas depois deram ordem para parar tudo", contou, ao JN, uma das "vítimas". Estes bombeiros deveriam trabalhar como equipas de busca apeadas, "mas dada a falta de «vítimas» tivemos que ser nós".

Um dos oficiais no local disse aos jornalistas que "o exercício começou mais cedo do que o previsto e que os tempos não estavam a ser respeitados". Por isso, as operações foram interompidas.

De acordo com António Carvalho, comandante municipal de Vila Franca de Xira, responsável pelo simulacro na Póvoa de Santa Iria, no início "houve algumas dificuldade de comunicação com o comando distrital. Tivemos que colocar um posto de satélite para ultrapassar esse problema".

Neste exercício está proibido o uso de telemóveis. A aposta é na utilização das redes de satélite, das redes de comunicação de cada uma das forças intervenientes (bombeiros, INEM, Cruz Vermelha Portuguesa, Fuzileiros, Polícia Marítima, PSP, GNR, Polícia Judiciária, etc.) e no SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), que apesar de ainda não estar totalmente instalado, os equipamentos estão a ser testados neste simulacro.

Confrontado com os atrasos verificados nos cenários onde ontem se realizou o simulacro (além da Póvoa de Santa Iria, o exercício decorreu também em Benavente), o comandante nacional de Operações da Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) disse que estes são "vantajosos" e configuram "mais um desafio" ao exercício de risco sísmico.

Em conferência de imprensa realizada pelas 18 horas no Centro Táctico de Comando (CETAC), instalado na Base Aérea de Sintra, Gil Martins afirmou que as primeiras horas do simulacro estavam "a correr bem" e que ainda não tinham sido sentidas "grandes dificuldades".

Enquanto isso, no bairro dos Pescadores, a Cruz Vermelha Portuguesa começava a montar o Posto Médico Avançado. As "vítimas" do sismo aguardavam impacientemente o início das operações de busca e salvamento e os sete cães da equipa cinotécnica da PSP esperavam na carrinha pela hora de entrar em acção e os fuzileiros e mergulhadores aguardavam ordens.

Num briefing realizado pelas 18.35 horas, o comandante António Carvalho garantia que a operação estava a "correr dentro do planeado". "Há feridos resgatadosnos sectores Alfa e Bravo. O hospital do INEM está a ser montado e a enfermaria das Forças Armadas, com 12 camas, também".

Neste exercício estão envolvidas 24 entidades e cerca de 1760 operacionais portugueses e estrangeiros. É o terceiro e último simulacro planeado pela ANPC para validação do Plano Especial de Emergência de Risco Sísmico para a Área Metropolitana de Lisboa e Concelhos Limítrofes (PEERS-AMLS).

in.:www.jn.pt

* COM LUSA


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