quarta-feira, 3 de junho de 2009

Notícias: Socorristas de proximidade. Projecto CVP.


Cruz Vermelha Portuguesa quer socorristas nas aldeias



Formar e colocar técnicos, tão capazes quanto os que viajam nas ambulâncias, em juntas de freguesia, câmaras, grandes empresas e centros comerciais é o objectivo de um projecto que a Cruz Vermelha Portuguesa lança este ano.

Dez minutos podem ser cruciais para salvar uma vida. Foi a pensar nisto, bem como no isolamento de algumas populações, sobretudo do interior do País, que a Cruz Vermelha Portuguesa decidiu criar o projecto de socorrismo de proximidade. O objectivo é colocar técnicos de socorro de proximidade, formados pela Cruz Vermelha Portuguesa, em juntas de freguesia, câmaras municipais, grandes empresas - entre elas, cadeias de hotéis e resorts com campos de golfe - e centros comerciais.

"O projecto que pode representar postos de trabalho para muitas pessoas salvará muitas mais ", disse ao DN o presidente daquela entidade, Luís Barbosa, sublinhando, contudo, que o seu sucesso depende muito da receptividade das câmaras municipais e empresas. São estas entidades que serão responsáveis pelos custos com a formação dos técnicos, bem como pela remuneração do seu trabalho (ver caixa). O curso poderá custar 320 euros por pessoa, disse ao DN Luís Névoa, o director-geral da Cruz Vermelha Portuguesa, e um dos responsáveis pelo projecto.

Mas "as principais beneficiadas serão as pequenas localidades do interior", avança Luís Barbosa. Aquelas, onde mesmo uma ambulância do INEM - Instituto Nacional de Emergência Médica pode levar mais tempo a chegar, pelas dificuldades de acessos ou pela distância. Aldeias localizadas em regiões onde os recursos e equipamentos de saúde são mais limitados.

Luís Barbosa adianta que a ideia já foi apresentada a algumas autarquias, que mostraram grande receptividade para o projecto.

Contudo, diz Luís Névoa, a sua apresentação formal aos municípios e empresas só começará a ser feita no próximo mês. E o primeiro curso de técnico socorrista de proximidade só arranca no segundo semestre deste ano.

Em 2009, "vamos fazer dois ou três cursos, de 10 elementos cada, para colocar nas delegações da Cruz Vermelha Portuguesa localizadas em zonas mais críticas do País, que não disponham de equipas de transporte e socorro. Depois vamos formando à medida dos pedidos de cada uma das entidades interessadas", explicou.

O curso de 70 horas dado a cada uma das pessoas abrange todas as componentes de socorros e tem como base de formação o curso de tripulante de ambulância de transporte. Pelas regras actuais teria a duração de 35 horas, mas tem o dobro, porque se pretende que os novos profissionais fiquem aptos a prestar todos os cuidados de emergência pré-hospitalar aos doentes, sublinha aquele responsável.

Desta forma, podem socorrer uma pessoa em qualquer lugar até chegar uma ambulância do INEM, diminuindo o seu risco de vida.

Cada um destes socorristas terá sempre consigo uma mala com muitos dos equipamentos que habitualmente estão nas ambulâncias. Uma mala que poderá ser transportada numa viatura normal, própria, ou que lhe será atribuída pela entidade da qual são funcionários. Ali ficará guardado um desfibrilhador automático de uso externo, equipamento essencial para salvar vidas.

Contudo, o uso de desfibrilhadores por estes novos profissionais de socorros está ainda condicionado pela legislação actual.

Por isso, o Ministério da Saúde está a preparar um novo pacote legislativo que permitirá a utilização do equipamento pelos técnicos de socorro, explicou Luís Névoa.

Os alunos do novo curso já devem ser pessoas com experiência em socorrismo e os seus formadores serão apenas profissionais de saúde, garantiu.


in.:www.dn.sapo.pt

3 comentários:

Anónimo disse...

axo mto bem.iniciativas destas so prestegiam cada vez mais a cruz vermelha portuguesa.

Anónimo disse...

Acho muito bem iniciativas como esta, so falta abrirem vagas para formadores de FOR/TAT...

Anónimo disse...

Projecto ambicioso... vamos ver até que ponto é exequível na nossa realidade.