quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Notícia: Cruz Vermelha Portuguesa forma anualmente 11 mil pessoas.

11 mil pessoas formadas anualmente pela Cruz Vermelha Portuguesa


Todos os anos frequentam um curso de Socorrismo da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) mais de 11 mil pessoas. Helena Parente é uma delas: está a aprender o suporte básico de vida para, na próxima aflição, não se sentir inútil.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

"Todos nós estamos sujeitos a quadros de sinistralidade, quer em casa, quer no trabalho, quer na rua. É extremamente importante que sempre que nos aconteça alguma coisa haja alguém por perto que nos consiga acudir", explica Ricardo Almeida, diretor da Escola de Socorrismo da CVP.

Cerca de 11 500 pessoas tiram um dos 1400 cursos ministrados anualmente na escola e nas delegações da CVP espalhadas pelo país. A esmagadora maioria são jovens até aos 35 anos.

"As novas gerações são mais sensíveis à prevenção e essa é a grande motivação: sentirem-se preparados e aptos para intervir quando necessário", acrescenta Ricardo Almeida.

Dez formandos completam o segundo dia do curso europeu de primeiros socorros. Durante a tarde aprendem o suporte básico de vida e a utilizar o desfibrilhador automático externo. Helena Parente, 25 anos, é técnica de análises clínicas e saúde pública.

"Tive uma situação em casa com a minha avó e na altura ainda não tinha tido qualquer formação. Além disso, a parte emocional bloqueou-me. O meu pai, não sabendo nada de socorrismo, fez-lhe massagem cardíaca e felizmente correu bem e deu tempo para os bombeiros chegarem", conta.

Situações de impotência e inutilidade como esta são o fator de motivação de muitas pessoas para procurarem este tipo de cursos: "É um público muito diversificado. Temos médicos e enfermeiros e pessoas que por experiências negativas na vida e por se sentirem incompetentes para atuar acabam por decidir fazer estes cursos", afirma Fernanda Faias, 42 anos, socorrista da Cruz Vermelha Portuguesa e formadora.

André tem 25 anos e é voluntário em várias associações de solidariedade social em Lisboa e Palmela. Trabalha com toxicodependentes, alcoólicos, em bairros sociais e em zonas de risco: "Achei que seria mais do que necessário ter estes conhecimentos para socorrer algum caso específico".

"Já me aconteceu uma situação na rua em que uma pessoa se sentiu mal. Uma das pessoas que estava comigo prestou os primeiros socorros. Eu apenas observei, mas senti vontade de ajudar e de ser útil", revelou.

Fernanda Faias considera "indispensável" que mais portugueses adquiram noções básicas de socorrismo, sobretudo até ao nível do ensino oficial: "São cuidados básicos que em poucas técnicas permitem salvar vidas".

Em resultado da crise económica, também a Escola de Socorrismo sentiu um decréscimo na procura dos cursos: ao nível das empresas registou-se uma quebra de 8,7 por cento em 2009, relativamente ao ano anterior, e de 1,7 por cento ao nível da população.

"Já era esperado. Não nos podemos abstrair da situação económica do país e todos sabemos que a área da formação é das primeiras a sofrer quando existe algum tipo de restrição financeira", justifica Ricardo Almeida.

Tendo em conta as necessidades da sociedade portuguesa, o responsável anunciou que em breve vai ser lançado um curso de socorrismo pediátrico, dirigido a associações de pais, jovens e equipamentos sociais que trabalham com crianças, e, no final do ano, um outro de socorrismo geriátrico.

"Em abril vamos lançar um de socorrismo infantil e juvenil. Vamos entrar nas escolas e trabalhar com crianças dos seis aos oito e dos nove aos 13 anos. Ser solidário é uma cultura que temos de incutir aos mais pequenos", rematou.


in.:www.destak.pt

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