A Delegação de Santarém da Cruz Vermelha Portuguesa funciona há 15 anos em instalações provisórias, no antigo Campo da Feira, sem as mínimas condições de trabalho para os 47 voluntários que ali prestam serviço.
É nesta quadra festiva que o voluntariado assume maior visibilidade, no apoio aos mais carenciados, mas falta ainda o devido reconhecimento da sociedade ao trabalho que os voluntários realizam ao longo de todo o ano. "Esta minha iniciativa deve-se a um sentimento de revolta interior pelo facto de se dar pouca importância ao voluntariado, exceptuando estas quadras natalícias", escreveu-nos um nosso leitor, voluntário da Cruz Vermelha Portuguesa, dando-nos conta das condições deploráveis das instalações da Unidade de Socorro de Santarém da Cruz Vermelha Portuguesa.
O quartel funciona nas antigas instalações dos Dadores de Sangue, no Campo Emílio Infante da Câmara, entre as ruínas da antiga Feira do Ribatejo. A porta está sempre aberta, 24 horas sobre 24 horas, todos os dias do ano. A Cruz Vermelha de Santarém mantém sempre um piquete de serviço com quatro voluntários divididos em duas equipas.
Grande parte do trabalho dos voluntários consiste no transporte de doentes para os hospitais e clínicas, assim como os serviços para o INEM, dispondo a Unidade de voluntários com formação de socorristas.
O comandante da Unidade Fernando Lucas mostra-nos as deploráveis instalações em que os voluntários prestam serviço. "Estamos aqui há 15 anos nestas instalações provisórias, à espera da construção do novo quartel, para o qual a Câmara Municipal de Santarém cedeu na época um terreno, na Avenida Bernardo Santareno", afirma o comandante Lucas.
São notórias as deficientes condições do quartel. A camarata é um cochicho, com meia dúzia de metros quadrados onde se conseguiu encavalitar um beliche e uma cama.
"Só temos espaço para uma camarata, que tem de ser mista, e como se vê, e passamos um frio de rachar no Interno e um calor de abrasar no Inverno, porque o edifício não foi feito para habitação", afirmou.
No pequeno edifício, resta pouco espaço para a sala de lazer e de formação, igualmente sem as mínimas condições de conforto.
À falta de uma garagem, as quatro ambulâncias da Delegação arrumam-se na rua em frente. "Já nos partiram vidros das ambulâncias e roubaram-nos rádios". É certo que as ambulâncias que prestam socorro às populações já contam muitos e muitos quilómetros, e já não oferecem as melhores condições de conforto para transportar doentes para Lisboa, por exemplo, mas têm as revisões adequadas e cumprem a sua missão com segurança.
Falta agora as entidades responsáveis apoiarem quem ajuda a população e darem o apoio necessário à construção do velho sonho do quartel da Cruz Vermelha.
6 comentários:
Boa noite e saudações a todos os voluntários, venho por este meio fazer uma pergunta se é que há alguém que seja capaz de responder...!
Onde pára o dinheiro do peditório que a Delegação de Santarém da CVP fez exaustivamente no distrito de Santarém há uns 2 ou 3 anos atrás?
na minha cidade esteve uma empresa a fazer esse peditório pelo menos 3vezes.
Na altura dizia-se que o dinheiro realizado era para a construção da nova sede...!
Uma empresa a fazer peditório para a CVP?? Não sei porquê mas não me cheira bem! :)
Boa noite.
Sim uma empresa que realizou os peditórios em nome da CVP, com o aval da Sede Nacional e do Governo Civil de Santarém, essa empresa cobrava uma percentagem dos peditórios. O que foi feito do dinheiro desses peditórios, nessa altura ouve até uma série de protestos de uma Delegação desse Distrito. já que nem se quer informaram do referido peditório na Area dessa Delegação, inclusivo essa Delegação teve alguns problemas com a população local, pois tentaram fazer um peditório local e as pessoas diziam que já tinham contribuido.
Esta delegação á semelhança do que aconteceu com muitas por este pais, foi vitima da má gestão e do interesse de muitos corpos directivos que por lá passaram.
Infelizmente essa factura continua a pagar-se cara em muitas zonas do nosso pais.
Onde pára o dinheiro? Meus amigos passem na Delegação em causa e questionem a Direcção da mesma....è um direito que quem contribuiu tem.
Nós? Os Voluntários,continuamos a trabalhar em condições mais que precárias, mas já nos habituámos a isso e já perdemos as esperanças.
Questionar para quê...? não vale a pena.
Há apenas uma certeza: os que passaram por aquela Casa e a serviram desinteressadamente, e os que por lá passaram e se serviram descaradamente.
Aos novos, deixo um apelo.
" Sirvam a Cruz vermelha, mas nunca se sirvam dela."
O espírito de Henry Dunant paira sobre vós.
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