quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Notícias: Entrevista a Luís Barbosa. Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa.

Entrevista a Luís Barbosa, Presidente da Cruz Vermelha Portuguesa, pelo 145º aniversário.


A Cruz Vermelha Portuguesa faz hoje 145 anos, mas parece ter menos actividade do que o resto da organização internacional. Estarei mal informada?

A Cruz Vermelha tem sempre uma atitude low profile, não tem uma grande propensão para ser o foco da atenção a nível mediático. E por uma razão óbvia: temos de ter um estatuto de isenção e de independência. A nossa actividade é simplesmente humanitária e essa posição de total neutralidade não é consentânea com a mediatização daquilo que fazemos. Mas posso dizer que estamos presentes em todas as actividades nacionais de natureza social e através das 180 delegações no País, apoiando desde as crianças até aos idosos.

No entanto, essa actividade é divulgada quando há catástrofes internacionais, como aconteceu agora no Haiti.

Isso tem a ver com a própria mediatização desse tipo de catástrofes. A Cruz Vermelha Portuguesa tem estado a apoiar a população do Haiti e temos de nos preparar para os próximos três anos. Recolhemos 800 mil euros junto da população portuguesa.

Mais ou menos solidários que as populações de outros países?

A resposta que os portugueses deram na angariação de fundos para a campanha do Haiti foi muito solidária. Estamos equiparados à Holanda e à Itália, países com mais recursos e população.

Estamos mais solidários, apesar da crise...

Acho que sim.

E estamos mais pobres?

Ou, pelo menos, os orçamentos familiares estão mais reduzidos. Não diria que é uma situação dramática, mas ainda estamos na primeira fase. Acredito que a situação poderá tornar-se dramática no segundo semestre de 2010 se não houver melhorias. As pessoas têm alguns recursos no início do desemprego, mas agravar-se-á se a situação persistir.

E o facto de se estar a desviar dinheiro para o estrangeiro não afecta os apoios para Portugal?

A Cruz Vermelha é uma instituição mundial e se houver uma situação grave estamos em condições de apelar à comunidade internacional.

Com que dinheiro vivem?

Temos um subsídio estatal de 900 mil euros anuais, mas o orçamento advém sobretudo da prestação de serviços, dos donativos de empresas e de campanhas, além do trabalho voluntário, começando pelas direcções.

O que aprendeu nestes cinco anos que está à frente da Cruz Vermelha?

Em termos de gestão tinha a minha experiência de vários anos. Aprendi a olhar para o mundo numa perspectiva realista e a relativizar os meus problemas. Pensar que há milhões de pessoas no mundo em situações humanitárias muito dramáticas.

in.:http://dn.sapo.pt

1 comentário:

Anónimo disse...

Solicito ao Exmo. Senhor Dr. Luis Barbosa que, por favor, me informe dum correio electrónico para que eu possa expor um assunto importante e confidencial.

Melhores saudações