segunda-feira, 24 de maio de 2010

Notícias: CVP Coimbra no combate à morte súbita.

“Estão a emperrar o combate à morte súbita”

O cardiologista Armando Gonçalves alerta para a necessidade da certificação nacional dos cursos de suporte básico de vida e de desfibrilhação automática externa e sensibilização da população para a morte súbita.

Para diminuir os números da morte súbita – que é responsável por cerca de 20 mil óbitos por ano em Portugal –, a Delegação de Coimbra da Cruz Vermelha Portuguesa está empenhada em dinamizar acções de sensibilização da população e os Cursos de Suporte Básico de vida e de Desfibrilhação Automática Externa.
A desfibrilhação automática externa (DAE) – que em Portugal pode ser feita por não médicos, desde que tenham a formação adequada, desde Setembro de 2009 – é muitas vezes a única possibilidade de salvar a vida de pessoas que estão longe dos hospitais ou a mais de 10 minutos de uma ambulância equipada, sublinha o presidente da Delegação de Coimbra da Cruz Vermelha Portuguesa.
A prová-lo, nos Estados Unidos, em cidades como Boston, Seatle e Rochester, a sensibilização e formação sobre suporte básico de vida e a colocação de desfibrilhadores em locais de grande concentração de pessoas fez com que a taxa de ressuscitação subisse dos 5 por cento para perto de 50 por cento, destaca Armando Gonçalves.

Contudo, embora a Cruz Vermelha tenha iniciado, em Coimbra e noutros pontos do país, os cursos de suporte básico de vida e de desfibrilhação automática externa – após a publicação do Decreto-Lei 188/2009, que determina as regras para a execução da DAE por não médicos, bem como a instalação de desfibrilhadores em ambiente extra-hospitalar –, falta ainda a certificação nacional. Ou seja, o diploma atribuído no final dos cursos ainda não permite aos não médicos fazer a desfibrilhação automática externa em Portugal. “O diploma tem validade internacional, mas ainda não é reconhecido em Portugal, aguardando-se que a Cruz Vermelha Portuguesa formalize os requisitos solicitados pelo INEM”, frisa Armando Gonçalves, apelando à direcção nacional para que resolva rapidamente esta situação.


A Delegação de Coimbra já realizou cerca de 50 destes cursos, que envolveram mais de 250 participantes, entre estudantes, profissionais de saúde, farmacêuticos e técnicos de farmácia.
Por outro lado, as acções de sensibilização da população, embora fizessem parte, como prioridade, do programa de formação para 2009 da Cruz Vermelha Portuguesa, só avançaram na delegação de Coimbra. Para Armando Gonçalves, estas situações “estão a emperrar a utilização dos desfibrilhadores automáticos externos por não médicos em Portugal”, comprometendo o combate à morte súbita, que é uma das principais causas de morte.

in.:www.asbeiras.pt

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